Cada vez que acelera mais partes do chão sinto
E isso não é ruim
Me estabiliza e me prende na viela que acredito
Do contrário eu crio e pego na próxima esquerda
Um bolo feito de estômago
Tenho pra oferecer
E pode sentar na mesa os que sentem fome
Tem lugar o suficiente pra madurar alguns
Será que chove?
Você se mexeu
Eu pensei que ia me abraçar
Eu sei que não tem o que fazer e que isso talvez não resolva
Mas faz alguma coisa
Antes que abra mais uma vez
A porta
Talvez seja assim sempre
Mas hoje jantamos
Amanhã tomamos café da manhã a noite
Do avesso fica mais gostoso o bolo, confia em mim
Será que chove?
O sabor vem com a ruminação
Quer dizer...
Será que em alguma hora
Chora?
De sobremesa, vento
Lá do alto vendo o carnaval passar
E olha menino, fica tranquilo
A quarta feira de cinzas sempre chega
Mesmo que seja no natal
Ou na sexta feira 13
Vamos colocar a mesa
Ainda temos a refeição do dia pra fazer
Escolho sentar do lado de dentro
Não vou ficar de costas para os que passam por minhas costas
E me desejam bom dia sabendo que é noite
Tomo de garfo sopa de presente com semente de ervilha
Pois ainda sinto fome
Acordei na madrugada e já era tarde
Você dormia e estava longe
E eu perto
Do peito deserto
Ta posta a mesa do café da noite de hoje
E vai ter o que a gente não comeu no jantar
De ontem de manhã
Estamos sentados
Os talheres
Nossos braços
Mais uma refeição
Só cabe a nós deixar o fruto vir
..
Obrigado por ser o poeta dos meus dias.
ResponderExcluirLindo querido,muita sensibilidade...
ResponderExcluirFico estasiada como a arte faz parte das suas entranhas e como se aflora em tantas nuances.
Beijo na alma...