Pó branco
Meus olhos e mãos estavam cheios dela
Os grampos fincados na pedra um a um
Como quem grampeia ou etiqueta carne
Achava seguro
Teimoso
Nervoso e mais uma vez para cima
Você e as cordas
Abaixo, o alto mais baixo que descobriram
Chão rápido
Grampos fracos
Nuvem vermelha que teima em me esvaziar
Olha, é a mesma corda para dois
Cantava para você
E na mesma hora, seus pés passaram ao meu lado
E a corda
Sugados
A minha vontade agora aqui de baixo
Era de levantar e fazer uma panela gorda de brigadeiro
Mas ando sem força
E com coragem de diabético
Escolho ficar deitado
Sentindo os buracos e sem querer ser mais de um
Fazendo de minhas nuvens vermelhas
Algodão doce
E dessa noite conversa com teus carneiros
Já que você está longe
Será que passa?
Será que dormir basta?
Queria acordar e descobrir que sou uma barata
Mas elas gostam de doce como as formigas
E aí eu volto para o mesmo lugar
Doce negro
Sem emoção
Sem gratidão
Sem mágoa
Apenas gordo
Sem sentido e sincero
Cansado desse bicho sem mente
E desse tal de gozo
Que destrói e te deixa que nem criança de creche
Não é que tudo deveria ser mais simples
Ou mais fácil
Mas devia sim ser menos perverso
Sem esse recheio frio
E de amnésia anterógrada
Queria me vestir de branco
Ser menino pequeno
Sem noção do tempo
Queria acordar barata
Vermelha
Deitada em uma nuvem
Com um colar de corda
Sangue de brigadeiro
E sem gozar
.
.
Saudade dos meu anjinho barroco!!!
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